Deus-meu Pai!
Pai na Dor!
Companheiro-Irmão!
Irmão na Dor!

Por Justiça clamo.
Interrompe meus trabalhos,
Extasio meu pensar
ao ver os filhos do povo
condenados à morte
como quem desce
as escadas do abismo.

Fome subnutrição fraqueza
doença injustiça falta de instrução
marginalidade crua
Culpa do Poder.

Esmagados pelos grandes
nem mesmo podem falar.

Negros. Posseiros. Índios.
Lavradores sem-terra.
Desempregados. Motoristas.
Operários mal pagos. Diaristas.
Professores humilhados.
Estudantes massacrados.
Estrangeiros rejeitados.
Jovens. Crianças. Velhos abandonados.

Sujeitados pelos Grandes
só em classe podem lutar.

Cristo-Servo das Dores,
enojado pelos homens,
se faz filho do povo.
Seu gemido é de Cruz,
mas de esperança:
“Só a verdade Liberta!”

Na profundidade do meu ser
(do ser do Universo)
a Verdade seja feita.
Faz-se da luta do pequeno
na luta do Cristo Ressuscitado.

A sede de Justiça e de Igualdade
vence a fome de Poder.
O Cristo da luta diária
ressuscita e ressuscita
os filhos do povo.
Estabelece o Direito do Oprimido
Implanta a Justiça do Fraco.
É a Páscoa do Senhor: Vida! Luz! Esperança!

Padre Josimo Tavares. Wanderlândia, março de 1982.

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